quarta-feira, 4 de maio de 2011

Terra Brasilis: Tudo dentro do script

Nos dias atuais, o mundo pensa em crise, disparada no preço do petróleo, queda de confiança dos consumidores, entre outros. E, no mercado interno fala-se em inflação, disparada dos preços de combustíveis e alimentos, desaquecimento do mercado imobiliário, etc.

Que a economia dos PIGS está na bancarrota é uma manchete antiga e, provavelmente, Portugal levará muito mais de 10 anos para deixar de ser um investimento de risco e ganhar uma confiança do investidor.

Os Estados Unidos, dando um passo de cada vez, tem retomado o crescimento e dá cada vez mais sinais positivos, porém, a dificuldade encontrada ainda é muito grande.

Enquanto isso, o sell side canarinho adverte para o fim do mundo com a inflação atingindo o teto da meta anual e a queda do dólar prejudicando as exportações.

A verdade é que no Brasil existe um trauma relacionado com a inflação. O mercado tem uma péssima memória da década de 80.
Mas hoje é diferente, a inflação presente no Brasil hoje é uma simples consequência do crescimento.
Claro, é prejudicial e pode até mesmo frear o crescimento, pois torna tudo mais custoso, desde o consumo das famílias até os processos produtivos e logísticos, mas, se há forte demanda a ponto de redução de estoques (caso dos combustíveis) é evidente que os preços serão reajustados.

No que tange ao câmbio, o dólar está caindo porque os investidores estrangeiros estão vendo um Brasil que não sentiu a crise, que crescerá a mais de 6% ao ano, e ainda, com juros em 12% anuais.

Lá fora valoriza-se 'earnings and industry outlook', e é isso que porporcionamos a eles. Que venha mais investimento gringo, assim, importaremos tecnologia; e quando as medidas macroprudenciais surtirem efeito, teremos um parque industrial atualizado e pronto para suprir um mundo que paga pra ver os resultados dos BRIC's, e o melhor, até lá receberemos um dólar valorizado.


Ah, e caso tudo dê errado e o mundo caia em uma nova recessão, nós baixamos as taxas de juros para manter o consumo interno e saímos do tsunami com um ar de marolinha.